A transverberação de Padre Pio não aconteceu em um único instante, mas foi uma experiência mística que se estendeu por alguns dias. O fenômeno começou na noite de 5 de agosto de 1918 e continuou sem interrupções até a manhã de 7 de agosto. Este período de dois dias coincidiu com a celebração litúrgica da Transfiguração do Senhor, em 6 de agosto, o que traz consigo um simbolismo teológico relevante. O evento místico foi vivenciado no plano espiritual enquanto Padre Pio confinava-se em seu confessionário, dando atenção a um fiel.
Em correspondências enviadas a seus diretores espirituais, Padre Benedetto e Padre Agostino, o próprio Padre Pio descreveu em detalhes o que se passou.
Ele narra a aparição de um anjo celestial, que ele chamou de "um personagem celeste", que se colocou "diante dos olhos da inteligência". O anjo carregava "algo que parecia uma lança larga de ferro, com uma ponta muito afiada", da qual "parecia que emanava fogo da ponta".
A visão aterrorizou o sacerdote, que sentiu que iria "desfalecer" e "morreria se Deus não tivesse intervindo para sustentar seu coração, o qual sentia saltar-me do peito".
Em seguida o anjo introduziu a lança violentamente em sua alma. A perfuração ocorreu "no mais íntimo da alma" e, fisicamente, no flanco, ou seja, entre as costelas e o quadril.
Padre Pio passava pela tranverberação! Esse evento místico também foi vivenciado por Santa Teresa D'avila (CLIQUE AQUI para ler mais).
A dor foi descrita como tão forte que, no momento do evento, o Padre Pio precisou dispensar o penitente que estava no confessionário, alegando estar "muito enfermo" e sem forças para continuar.
O sofrimento da transverberação que se seguiu foi constante e lancinante, assim como não foi algo apenas temporário. Em suas cartas, Padre Pio caracterizou a experiência como um "martírio" que durou "sem interrupção até a manhã do dia 7 de agosto". A intensidade foi tamanha que ele a descreveu como um "martírio extraordinário". A partir daquele momento, ele sentiu uma "ferida que está sempre aberta" no íntimo da alma, que o fazia "sentir uma dor excruciante continuamente". Essa dor interior era um sinal constante de sua união com o sofrimento de Cristo, um incêndio espiritual que consumia tudo em sua alma, exceto sua sede de Deus.
Referências: Associação Regina Fidei, Padre Pio TV, Teleradio Padre Pio, Catholic Exchange, Paroquia da Trindade, veritatemincaritate.com